10/03/2010 - 00h00 (Outros - A Gazeta)
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Leitores perguntam, mas Edson não responde
É A TREVA: RUMO AO DESASTRE

O Presidente Lula, em sua intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade: faltou-nos inteligência porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos.
Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os países ricos. E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, do controle do aquecimento para que não seja catastrófico para a natureza e para a humanidade. A consciência da humanidade nunca mais será a mesma depois de Copenhague. Se houve essa consciência coletiva, por que não se chegou a nenhum consenso acerca das medidas de controle das mudanças climáticas?
Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos ‘pro tempore’ e pratica trabalho infantil em vários países.
Os negociadores e os lideres políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha; quer ter lucros; não hesita em por em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária. Que acordo poderá haver entre os lobos e os cordeiros, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e os que a devastam sem piedade?
Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15
Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade. Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de fazer consensos porque pouco lhe importa a vida e a Terra, mas antes as vantagens e os lucros materiais.
A IGREJA E OS POBRES

No Antigo Testamento, vemos a situação econômica como reflexo da fé em Deus, ou da falta de fé. Com o advento da Boa-Nova anunciada por anunciada por Jesus, a pobreza passa a ser apresentada como resultado da ganância de alguns, e assim o Evangelho se torna mensagem de justiça e esperança de igualdade.
O Catecismo da Igreja Católica, no número 2443, assim leciona: “Deus abençoa aqueles que ajudam aos pobres e reprova aqueles que se afastam deles...”. Mais adiante, no numero 2445, diz: “O amor aos pobres é incompatível com o amor imoderado das riquezas ou o uso egoísta delas...”
Assim, nossa doação aos menos favorecidos deve ser levada a termo, na medida em que nos utilizamos dos meios de que dispomos para diminuir a miséria deste povo, que sofre devido à fragilidade dos Sistemas Públicos de saúde e educação; pela falta de oportunidades de emprego e até mesmo pela falta de qualificação para o mercado de trabalho.
É nosso dever enquanto cristãos (e, sobretudo religiosos e clérigos), auxiliar na aplicação de mecanismos para que esse povo sofrido seja o sujeito ativo de sua libertação.
Barbacena, 8 de março de 2010
Lucas Francisco Neto